sexta-feira, 31 de março de 2017

GREVE GERAL 28 de abril! Fora Temer! Barrar a destruição da previdência e o fim dos direitos trabalhistas!

As Centrais sindicais decidiram convocar a classe trabalhadora a paralisar sua atividade no dia 28 de abril “como alerta ao governo de que a sociedade e a classe trabalhadora não aceitarão as propostas de reformas da Previdência, Trabalhista e o projeto de Terceirização aprovado pela Câmara, que o governo Temer quer impor ao País. Em nossa opinião, trata-se do desmonte da Previdência Pública e da retirada dos direitos trabalhistas garantidos pela CLT. Por isso, conclamamos todos, neste dia, a demonstrarem o seu descontentamento, ajudando a paralisar o Brasil”. Essa convocação de Greve Geral, para “Parar o Brasil” saiu no dia 27/03, durante reunião da CUT, Forca Sindical, CTB, UGT, CSB, CGT, Nova Central, juntamente com CSP-CONLUTAS e INTERSINDICAL.
Construir a greve geral é a tarefa mais importante!
Estivemos presentes na reunião e vamos construir a Greve Geral do dia 28 de abril. Do mesmo modo como estaremos nas manifestações unificadas do dia 31/03. Os ataques do governo Temer e do presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM), exigem uma resposta coordenada do conjunto da classe trabalhadora, da cidade e do campo. Também será fundamental a unidade com a juventude, as classes médias, os setores populares, os sem-teto, para construir protestos unificados e realizar gigantescas passeatas. Devemos aproveitar a fragilidade do governo de Michel Temer (PMDB/PSDB), o momento de crise política e institucional, o ódio popular contra esse governo patronal e corrupto para garantir uma forte greve geral para barrar os ataques e derrubar Temer, Rodrigo Maia e todo o corrupto congresso nacional. A greve geral de 28 de abril, é hoje o melhor meio de defender direitos e responder a intransigência de Temer. Por isso a classe trabalhadora, os sindicatos, oposições, partidos anticapitalistas, movimentos sociais classistas devem se apropriar desse calendário e construir desde já como toda a força a greve geral por todos os meios e de todas as formas.
Nenhuma confiança nas direções das maiores Centrais sindicais!
Infelizmente a data da greve geral ficou muito distante, desaproveitando a energia das Jornadas de Março. Deveriam ter convocado imediatamente a greve geral, em meio ao ótimo clima de luta que predomina no país, sem dar fôlego ao governo. Ao contrário, as Centrais apostaram em negociações trágicas sobre a Terceirização, confiando em Rodrigo Maia. Sabemos que as direções governistas, como o deputado Paulinho da Forca Sindical, vão barganhar mais cargos no governo ou fazer “corpo mole” em troca do retorno da contribuição assistencial. Já as direções ligadas ao ex-presidente Lula, como Wagner Freitas do PT e da CUT, querem um dia controlado, para seguir desgastando Temer, buscando canalizar a indignação para as urnas de 2018. Como se os problemas dos trabalhadores pudessem esperar as eleições, cujo resultado é comprado pelas empreiteiras. Por isso os trabalhadores não devem confiar nessas direções pelegas. Devem confiar em sua união e mobilização, organizando o 28/04 nas bases. Os trabalhadores devem tomar esse calendário em suas mãos e construí-lo desde já nos locais de trabalho, moradia e estudo. Divulgar a data da greve geral e seu objetivo e organizar todos e todas que estejam dispostos a somar forças nesse dia é nossa tarefa.
Organizar assembleias e construir Comandos Locais de base nas categorias! Construir Comitês da greve nos bairros, escolas e universidades!
A disposição de luta das bases explica a construção da greve geral. E será preciso agir para garantir essa luta. Temos que exigir que as Centrais convoquem assembleias e construam comitês de base para preparar a greve, que convoquem reuniões nos bairros, igrejas, escolas e universidades para apoiar a greve geral. Que as centrais convoquem plenárias estaduais para coordenar as principais manifestações unitárias. Que o dia 28/04 seja bem divulgado, com panfletagens, jornais unificados, anúncios em rádios, TV, outdoor. E que a greve seja bem organizada com piquetes para paralisações efetivas e fortes passeatas para barrar as contrarreformas e colocar para fora Michel Temer e Rodrigo Maia. E tudo que as direções das Centrais não fizeram os sindicatos classistas, as oposições e os ativistas de base deve fazer de forma autônoma!
Construir a Frente de Esquerda e Socialista em todo país!
Em meio as lutas precisamos construir uma alternativa política combativa e anticapitalista, ao estilo da Frente de Esquerda e Socialista do Rio de Janeiro. É necessário que o PSOL, o MTST, a CSP-CONLUTAS, INTERSINDICAL, o MPL, a Esquerda da UNE e ANEL, o PSTU, PCB, UP, o MAIS, NOS e outras organizações construam um polo alternativo, batalhando pela concretização da greve geral. Este polo deve organizar a greve geral como ela deve ser feita, realizando as reuniões e assembleias, construindo comissões de base e comitês que as direções das Centrais se negarem a chamar. Se eles não fizerem a esquerda classista e os movimentos combativos deve fazer para ajudar a luta a triunfar. Teria ainda a missão de construir um programa alternativo para o país, propondo a suspensão do pagamento da dívida interna e externa, canalizado esses recursos para as áreas sociais. Estatizando o sistema financeiro e as empresas envolvidas em corrupção e fraudes na qualidade de seus produtos. Defendendo a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, sem redução do salário, para evitar o desemprego. Propondo a reposição semestral da inflação e congelamento dos preços da cesta básica e das tarifas de água, luz, combustíveis e transporte para evitar a carestia. Dentre outras medidas, que deveriam ser construídas coletivamente numa plenária ou reunião nacional.
30 de março de 2017,
Corrente Socialista dos Trabalhadores – http://cstpsol.com

quarta-feira, 29 de março de 2017

Lista dos deputados paraenses inimigos dos trabalhadores

O governo Michel Temer (PMDB/PSDB) e o Congresso corrupto aprovaram no último dia 22/03 o projeto que permite a terceirização irrestrita. Essa medida, se efetivada, é o começo do fim dos direitos trabalhistas e dos concursos públicos. 
Precisamos exigir que a CUT e a CTB mobilizem de fato pra que dia 28 de abril seja a maior Greve Geral da história desse país. Único caminho para acabarmos com esses corruptos e suas medidas. Abaixo, a gente vê a imagem dos deputados do Pará que traíram o povo.
#ForaTemer #ForaTodosOsCorruptos #GreveGeral


sábado, 18 de março de 2017

Operação Carne Fraca: Empresários pensam apenas nos lucros, o capitalismo mata!


por Ricardo Wanzeller e Tailson Silva
No dia 17/03 mais um caso de corrupção foi desvendado pela Polícia Federal, esquema que envolve frigoríficos e fiscais agropecuários do Ministério da Agricultura. A operação carne fraca revela a péssima qualidade dos produtos vendidos por duas gigantes brasileiras do setor de carnes: JBS, dona das marcas Friboi, Seara e Big Frango, e a BRF, dona da Sadia e Perdigão, além de outras empresas 29 companhias frigoríficas que são acusadas de vender carnes estragadas, maquiadas com produtos cancerígenos e de péssima qualidade, tudo em nome do lucro.
Para o esquema funcionar as empresas subornavam fiscais que utilizavam-se do poder fiscalizatório do cargo, mediante pagamento de propina e atuavam para facilitar a produção de alimentos adulterados, emitindo certificados sanitários sem qualquer fiscalização efetiva. O dinheiro das propinas abasteciam políticos do PP e PMDB que são parte deste esquema criminoso, entre eles o ministro da justiça, Osmar Serraglio, que se elegeu deputado federal em 2014, com meio milhão de reais de financiamento direto do agronegócio.
Mais um capítulo da relação promíscua entre empresas e políticos, que tem no financiamento empresarial de campanha, no caixa dois, no favorecimento de empresas em licitações públicas e nas leis em favorecimento do lucro das empresas o casamento de interesses perfeito entre estes dois elos.
 JBS e BRF: Impérios favorecidos pelo dinheiro público
A JBS é um império do setor de carnes fundada há 54 anos, e teve um boom recente, tornando-se uma grande empresa no mercado global a partir de 2003, durante o Governo Lula (PT), quando o BNDES, passou a conceder empréstimos pesados e até se tornar seu sócio. Parte dos recursos que entravam na JBS acabaram sendo usados para adquirir pequenos e grandes concorrentes. Sendo atualmente um conglomerado internacional que além da produção de carnes, controla fábricas de celulose, biodiesel, um banco e uma emissora de televisão.
Tanto JBS quanto BRF receberam o impulso da política das “campeãs nacionais” dos Governos petistas, que reforçavam financiamento público via BNDES a setores empresariais considerados promissores. O que gerou grandes lucros as duas empresas, por exemplo o lucro líquido divulgado pela JBS em 2015 foi R$ 4,6 bilhões, o dobro do registrado em 2014, quando o resultado foi de R$ 2 bilhões. Já a BRF, também em 2015 anunciou um lucro líquido de R$ 3,1 bilhões, um crescimento de 46% em relação ao registrado em 2014. Favorecimento que foi recompensado com a doação de R$ 5 milhões da Friboi para a campanha da chapa Dilma/Temer em 2014.
Exigimos punição aos responsáveis
Até o momento 38 mandados de prisão estão sendo cumpridos, 33 servidores do ministério da agricultura foram afastados e 3 frigoríficos foram fechados. O que ainda é insuficiente, pois muita gente grande está por trás deste esquema. Os lutadores deste país precisam ir as ruas com um programa concreto contra a corrupção, que defenda a punição para todos os corruptos e corruptores do país, sejam eles empreiteiros, lobistas, doleiros, banqueiros, ruralistas, empresários nacionais e internacionais ou políticos do PT, PMDB, PSDB, DEM, PR, PP e outros, com cadeia, confisco dos seus bens e estatização das empresas envolvidas. Só uma greve geral neste país, para prender todos corruptos e derrotar os ataques aos nossos direitos sociais e trabalhistas, desferidos por estes mesmos corruptos.
Capitalismo: o lucro que mata.
Esquemas criminosos e corruptos como esse não são novidade, são próprios da atual fase do capitalismo, que só destrói as forças produtivas da humanidade. Atualmente para empresários, governos e políticos vale tudo contra o povo pobre e trabalhador do planeta. Pois para os capitalistas uma premissa é básica: o lucro a qualquer custo, inclusive da humanidade.
Esta situação não é apenas um problema do sistema de vigilância da atual política nacional de alimentação e nutrição do Brasil. Precisamos enfrentar mais a fundo a estrutura sobre a qual está organizada a extração, produção e exportação do conjunto da alimentação humana. Defender uma nova estrutura de organização, qualidade e vigilância da nossa alimentação é defender o controle desta política por parte dos agricultores familiares e pequenos produtores rurais que enfrentam o agronegócio na luta pela reforma agrária e pela soberania alimentar.
É preciso que seja feita uma investigação séria e que os envolvidos tenham uma punição severa, mas somente isso não será suficiente, pois este é apenas um caso criminoso dentre tantos que existiram, existem e irão existir, enquanto este corroído sistema econômico vigorar.
A máxima do socialismo ou barbárie está mais concreta do que nunca! Vamos à luta!
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Ricardo Wanzeller é Assistente Social, mestrando pelo ICSA/UFPA e militante da Corrente Socialista dos Trabalhadores (CST-PSOL).
Tailson Silva é professor de Geografia na rede pública e militante da CST-PSOL.

quinta-feira, 16 de março de 2017

Romênia: povo esquenta protestos e desestabiliza governo

Uma espetacular demonstração de força do povo romeno contra o governo corrupto do país!


por Taílson Silva

No dia 31 de janeiro de 2017 o governo do Partido Social-Democrata (PSD) da Romênia aprovou uma lei, sem passar pelo Parlamento, que despenalizava alguns crimes de corrupção e abuso de poder, caso tenham provocado um prejuízo não superior a 44.000 euros (cerca de 150.000 reais). A ideia do governo era reformar o Código Penal para abrandar as penas por corrupção, sendo o principal articulardor o líder do PSD, Liviu Dragnea, indiciado pelo Ministério Público romeno num caso de abuso de poder e corrupção com danos estimados em 24.000 euros (82.000 reais), não podendo ocupar o cargo de primeiro-ministro devido à sua condição de indiciado. 

Por trás do discurso de diminuir a população carcerária do país, estava a intenção dos políticos romenos de se livrar de investigações e condenações, que nos últimos anos levou a centenas de detenções de políticos e responsáveis públicos. A ideia da inpunidade dos políticos é muito evidente, pois neste momento mais de 2.000 casos de abuso de poder estão em investigação na Romênia. Segundo um relatório de 2016 do centro de estudos IPP, 89 dos deputados eleitos nas eleições de 2012 – ou seja 15% do total – tinham sido investigados ou mesmo condenados por corrupção. 

O governo e os políticos corruptos da Romênia esqueceram de combinar com o povo, com a juventude e com os trabalhadores do país, que apesar das temperaturas congelantes do inverno europeu, se colocaram no front de batalha e realizaram uma forte e imediata reação, começando os primeiros protestos contra o famigerado decreto naquela mesma noite. No dia seguinte os protestos já eram descritos como os maiores desde a queda do regime estalinista em 1989. Aos gritos de “Ladrões” e “não vão safar-se com isto” os romenos começavam a derrotar nas ruas as intenções do governo. Manifestações que explodiram no dia 05 de Fevereiro, um domingo a noite, quando cerca de 600 mil romenos foram as ruas do país, em Bucareste e em outras 40 cidades da Romênia, forçando o governo a realizar uma reunião extraordinária pra revogar o decreto. 

Mas a população continua mobilizada realizando novas manifestações de milhares de pessoas para manter a pressão sobre o governo, exigindo a renúncia do primeiro-ministro social-democrata Sorin Grindeanu. "Queremos escolas e hospitais, não casos de corrupção. Os ladrões devem estar na prisão e não no governo", disse Elena Comam, estudante de Filologia na Universidade de Bucareste, durante um dos muitos protestos no mês de fevereiro. "O governo atual perdeu toda a sua credibilidade. O Partido Social-democrata venceu as eleições, não discutimos, mas deve encontrar gente honesta para comandar o país", declarou um dos manifestantes, Gheorghe, aviador aposentado. "É importante estar alerta, dizer aos governantes que os vigiamos e que não toleraremos mais corrupção", criticou Madalina, bibliotecária de 45 anos. 

Os gritos de “Demissão” para o governo romeno crescem e colocam em risco a estabilidade do governo corrupto do país, com a preocupação dos Estados Unidos e da União Europeia quanto a participação da Romenia na OTAN e na UE, caso esta crise não cesse. Os acontecimentos na Romênia acendem ainda mais a faísca do atual barril de pólvora da situação política internacional, marcada por questionamentos e enfrentamentos aos governos do mundo, a exemplo do que ocorre com Donald Trump nos Estados Unidos e no mundo. A luta dos romenos foi e segue sendo uma espetacular demonstração de força do povo romeno contra o governo corrupto do país, num evidente sinal de força e esperança aos povos, a juventude e aos trabalhadores do mundo que lutam contra os ataques e a retirada de seus direitos sociais e trabalhistas e contra a corrupção dos governos pelo mundo. Todo apoio a justa e massiva luta dos romenos contra o governo de ladrões do país. #Demissão!
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Tailson Silva é professor de Geografia na rede pública e militante da Corrente Socialista dos Trabalhadores (CST-PSOL).
Imagem: Radio France Internationale - REUTERS/Alex Fraser.
Artigo publicado originalmente no jornal Combate Socialista, publicação mensal da CST-PSOL.

quarta-feira, 15 de março de 2017

15/03: Parar o país contra a Reforma da Previdência! Fora Temer!

Por uma plenária nacional de base chamada pelas centrais sindicais! Greve geral já, a partir de abril!
Um governo e um congresso corrupto querem roubar o nosso direito à aposentadoria. Esses bandidos que governam o país, apoiados pela grande imprensa e pelos grandes empresários, querem impor um dos maiores ataques contra nossos direitos nas últimas décadas.
A reforma da Previdência (PEC 287/2016) já tramita a todo vapor na Câmara Federal. Uma comissão especial foi instalada e o relator do projeto, deputado Arthur Maia (PPS-BA), parlamentar que teve a sua campanha financiada por fundos de previdência privada, pretende votar o seu relatório até o final de março. Para aprovar esse ataque o governo corrupto de Temer (PMDB) já prometeu verbas e cargos para os deputados na velha política do toma lá dá cá. Ou seja, Temer vai dar dinheiro da população trabalhadora para os deputados corruptos aprovarem o roubo dos nossos direitos.
O dia 15 de março convocado pelas centrais sindicais é um dia muito importante para barrarmos a reforma da Previdência. As centrais e a maioria dos sindicatos devem sair das palavras e partirem para a ação, mobilizando em cada local de trabalho, pois só assim poderemos acabar com essas medidas contra o povo e também com o governo Temer!
Conheça as principais medidas da contrarreforma da Previdência: 
Aumento da idade mínima de aposentadoria para homens e mulheres 
A PEC propõe igualar a idade mínima para homens e mulheres, que passariam a se aposentar aos 65 anos de idade. Um verdadeiro ataque aos direitos de todos os trabalhadores, em especial ao das mulheres, que enfrentam dupla e até tripla jornada de trabalho. Essa proposta não leva em consideração que a expectativa de vida é diferente dependendo da região brasileira.
Aposentadoria integral somente com 49 anos de contribuição 
Para se ter o direito a aposentadoria integral será preciso contribuir por 49 anos. Ou seja, para o trabalhador se aposentar aos 65 anos terá que começar a trabalhar aos 16 anos, idade escolar, e ter emprego com carteira assinada de forma ininterrupta sem uma única demissão. Tudo isso em um país onde o índice de desemprego é altíssimo. A grande maioria vai morrer sem se aposentar. Os que conseguirem não receberão o benefício de forma integral.
Redução no valor das Pensões 
Pela proposta do governo a pensão por morte deixa de se integral, sendo reduzida para 50%, com acréscimo de 10% por cada dependente menor. Mais uma vez são as mulheres que mais sofrem, pois a grande parte dos pensionistas são mulheres, que na maioria das vezes tem apenas essa renda para sobreviver. Para piorar, o reajuste da pensão será desvinculado do reajuste do salário mínimo o que impedirá qualquer aumento real no valor da pensão. Existem ainda outras medidas que atacam os diretos dos trabalhadores, como o fim do regime especial de aposentadoria para professores; criação de fundos de previdência complementar para todos os estados e o aumento da idade de 65 para 70 anos para que os beneficiários pela Lei Orgânica de Assistência Social e do Benefício Assistencial de Prestação Continuada (BPC) recebam o seu benefício.
Pela continuidade do calendário rumo a greve geral
Para derrotar as contrarreformas previdenciária e trabalhista será necessário darmos continuidade ao dia 15. Somente uma greve geral pode derrubar o corrupto governo Temer e todas as medidas de ataques contra os trabalhadores e para isso as Centrais sindicais tem que convocar uma greve geral para abril unificando todas as categorias. Por isso exigimos que logo após o ato do dia 15 as centrais sindicais chamem uma plenária nacional aberta para discutir a continuidade da luta contra as reformas e o governo Temer.
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quinta-feira, 9 de março de 2017

O Dia Internacional da Mulher

Ação política das operárias russas que desencadeou a revolução de fevereiro e deu origem ao Dia Internacional da Mulher, em 1917.
por V. I. Lênin

O resultado principal, fundamental, obtido pelo bolchevismo e pela Revolução de Outubro é haver atraído para a política justamente aqueles que eram mais oprimidos sob o capitalismo. Eram camadas que os capitalistas escravizavam, enganavam, roubavam, tanto no regime monárquico como nas repúblicas democrático-burguesas. Esse jugo, esse engodo, essa pilhagem do trabalho do povo, por parte dos capitalistas, era inevitável enquanto existisse a propriedade privada da terra, das fábricas, das usinas.
A essência do bolchevismo, do poder soviético, consiste em que ao desmascarar a mentira e a hipocrisia do democratismo burguês, ao abolir a propriedade privada da terra, das fábricas e das usinas, concentra todo o poder do Estado nas mãos das massas trabalhadoras e exploradas. Essas massas tomam a política em suas mãos, isto é, a tarefa de construir uma nova sociedade.
É uma tarefa difícil: as massas estavam escravizadas, sufocadas pela capitalismo, mas não existe nem pode existir outro caminho para sair da escravidão do salário, da escravidão capitalista.
Não é possível, porém, atrair as massas para a política se não se atraem as mulheres. No regime capitalista, de fato, a metade do gênero humano, constituída pelas mulheres, sofre dupla opressão. A operária e a camponesa são oprimidas pelo capital e, além do mais, mesmo nas repúblicas burguesas mais democráticas, persiste, em primeiro lugar, a desigualdade jurídica, porque a lei não lhes concede igualdade com os homens e, em segundo lugar — e essa é a questão essencial — elas sofrem a «escravidão doméstica», são «escravas domésticas», sufocadas pelo trabalho mais mesquinho, mais humilhante, mais duro, mais degradante, o trabalho da cozinha e da casa, que as relega ao âmbito estreito da própria casa e da própria família.
A revolução bolchevista soviética, arranca as raízes da opressão e da desigualdade das mulheres muito mais profundamente do que o tenha ousado, até hoje, qualquer partido e qualquer revolução. Entre nós, na Rússia soviética, não restou nenhum vestígio da desigualdade jurídica entre homens e mulheres. O poder soviético aboliu por completo a desigualdade particularmente ignóbil, abjeta e hipócrita que caracterizava o direito matrimonial e de família, a desigualdade em relação aos filhos.
Tudo isso é apenas o primeiro passo para a emancipação da mulher. Todavia, nenhuma das repúblicas burguesas, nem mesmo a mais democrática ousou dar esse primeiro passo. Não o ousou, tímida, detendo-se diante da «sagrada propriedade privada».
O segundo passo, o mais importante, consistiu na abolição da propriedade privada da terra, das fábricas e das usinas. Essa abolição, e somente ela, abre caminho para a emancipação completa e efetiva da mulher, para sua libertação da «escravidão doméstica», porque assinala a passagem da mesquinha e fechada economia doméstica para a grande economia socializada.
Essa passagem é difícil, pois é preciso transformar uma «ordem de coisas» das mais enraizadas, tradicionais, enrijecidas e inveteradas (na verdade trata-se de infâmias e barbarias e não de uma «ordem de coisas»). Mas a passagem foi iniciada; pusemo-nos ao trabalho e já marchamos por um novo caminho.
Por ocasião do Dia Internacional da Mulher, as operárias de todos os países do mundo, reunidas em inúmeros comícios, enviarão sua saudação à Rússia soviética, que iniciou uma obra extremamente difícil, árdua, mas grandiosa, de porte mundial, precursora de uma verdadeira emancipação da mulher. Erguerão apelos corajosos para que não se deixem atemorizar pela reação encarniçada e às vezes feroz da burguesia. Quanto mais um país burguês é «livre» ou «democrático», tanto mais o bando dos capitalistas se desespera e enfurece contra a revolução operária; basta tomar como exemplo a república democrática dos Estados Unidos. Mas a massa dos operários já despertou. As massas adormecidas, ou semi-adormecidas, inertes, da América, da Europa e da atrasada Ásia despertaram definitivamente com a guerra imperialista.
Em todas as partes do mundo, rompeu-se o gelo.
A libertação dos povos do jugo imperialista, a libertação dos operários e das operárias do jugo do capital realiza progressos irresistíveis. Essa obra foi empreendida por dezenas e centenas de milhões de operários e operárias, de camponeses e camponesas. Por isso, essa obra, a libertação do trabalho do jugo do capital, triunfará no mundo inteiro.
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Primeira Edição: Publicado no suplemento da Pravda, nº 5, de 8 de março de 1921. (Obras Completas, vol. XXVI, págs. 193-194.)
Fonte: O Socialismo e a Emancipação da Mulher, Editorial Vitória, 1956.
Tradução: Editorial Vitória.

sexta-feira, 3 de março de 2017

Belém afunda no lixo enquanto Zenaldo curte férias em Ibiza

A imagem é de janeiro, mas retrata a realidade atual de quem vive em Belém. Foto: Ary Souza
por Helena Palmquist

As informações são desencontradas, mas tentei um resumo da ópera que vivemos atualmente na capital paraense, dirigida pelos maiores entendidos em ópera dessas paragens amazônicas. 

- É fato que a coleta de lixo está paralisada na Região Metropolitana de Belém, uma das 15 maiores do país, há 3 dias. 

- É fato também que a instalação de um aterro sanitário no município de Marituba, um dos sete da região metropolitana, provoca protestos há pelo menos dois anos e nessa semana moradores fecharam, não se sabe ao certo por quanto tempo, o acesso ao aterro. 

- As prefeituras de Belém e Ananindeua, os dois maiores municípios da metrópole, ambas administradas pelo PSDB, culpam o protesto dos moradores de Marituba pela paralisação da coleta.

- O colunista Mauro Bonna, ligado ao PMDB, disse em seu perfil no twitter que o problema é no pagamento das empresas que realizam a coleta. 

- Enquanto as versões se desencontram, outros fatos são muito preocupantes.

- Apenas Belém, todos os dias, produz 1100 toneladas de lixo domiciliar. Soma simples até para mim, são 3300 toneladas de lixo, portanto, abandonadas nesse momento pelas ruas da cidade. 

- Estamos em março, mês das maiores chuvas do inverno amazônico. Lixo acumulado nas ruas, mais chuvas torrenciais, outra soma simples: doenças.

- Mesmo que o problema se resolva amanhã, poderemos já ter que lidar nos próximos dias com consequências graves de saúde pública. Estou falando de leptospirose e demais doenças potencialmente mortais.

- Enquanto isso, o prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho, publicou um comunicado na internet aconselhando os moradores a estocarem o lixo em suas casas. 

- Estamos aceitando ideias para o que fazer com nossos estoques residenciais de lixo.

EXTRA: Enquanto a gente afunda no lixo, o prefeito está de férias em Ibiza, na Espanha.
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Helena Palmquist é jornalista e assessora de imprensa do Ministério Público Federal do Pará.