terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Belém: soledad

Arte em toda parte

Passando na cidade eis que vejo uma linda tela de Mauricio Francco, mais adiante uma de Dime, e de tantos outros mais.

Divinamente urbanos, únicos, simples rebuscados, tratos finos, construção, marcantes, desbotados, debochados, revoltados.

Vivos, coloridos ou não, telas da cidade.






Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região e Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA não podem fechar os olhos para tamanha perseguição à jornalistas

Helder Barbalho (PMDB) e família seguem barbarizando com os jornalistas do Grupo RBA, afiliado da TV Bandeirantes. No finalzinho da semana passada, logo após postagem no Além da Frase (clique aqui para lê-la), demitiram mais dois excelentes profissionais, dentre eles Fábio Relvas, única e exclusivamente porque eles e 99% do Grupo ousaram se rebelar contra a moderna escravidão.

#JornalistaValeMais sem dúvida nenhuma!

Acompanhem o depoimento de Relvas no facebook:


A justificativa não convenceu. Trabalho no ramo há 9 anos, antes mesmo de iniciar o curso de jornalismo, e sei muito bem da minha capacidade, o que devo fazer na função. Tive trabalhos reconhecidos ao longo da minha jornada. O único motivo da minha saída é: Retaliação. Quero avisar que isso não vai me abalar e me orgulho muito em ter participado do momento histórico dos jornalistas de Belém. ‪#‎jornalistavalemais‬

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Família ficha suja não respeita direito de greve no PA


Helder Barbalho (PMDB), ex prefeito de Ananindeua, segundo município mais populoso do estado do Pará, e sua família são verdadeiros escravocratas. 

O Diário todo dia mostra a luta de tudo o quanto é categoria, mas em setembro passado ocorreu uma das mais lindas e maiores greves de jornalistas das últimas quatro décadas no país e justamente grupo de comunicação da da família: Diário do Pará, Diário Online e TV RBA. Era a fortíssima campanha #JornalistaValeMais, a qual recebeu apoio de uma infinidade de categorias e ativistas sociais de todo o país.

A greve eclodiu porque os jornalistas eram submetidos a condições de escravidão. Sem analogia. Escravidão mesmo. Senão vejam: um profissional formado (ou não) recebia menos que o piso da categoria, que em si é um verdadeiro descalabre: cerca de R$ 1.200,00. 

O presidente do grupo, Jader Filho, irmão de Helder, este candidato do PMDB ao governo do estado com o vice do PT, gasta isso (pasmem!) num almoço. 

Enquanto isso na redação do Grupo RBA não tinha cadeira para os repórteres fazerem suas atividades. Rolava rodízio para se sentar. 


Pior ainda: não tinha copo para água, café nunca houve; não tinha papel higiênico e nem sabonete; não tem até hoje colete a prova de balas para as equipes que cobrem a barbárie da insegurança pública no Pará, o segundo estado onde mais tem homicídios no país: 44 a cada grupo de 100 mil pessoas. 

Liberdade através da greve

Como resposta à grande aula de luta de classes que os jornalistas da Greve Diário do Pará e DOL deram, os patrões escravocratas se precipitaram e aplicaram uma clara política de caça aos grevistas, coisa que já é causa ganha na Justiça do Trabalho pelos paredistas. Basta ver a jurisprudência. Vão ter que engolir os valorosos e brilhantes jornalistas injustamente demitidos. 


É o mínimo!
Eles ajudaram em muito a tornar, como o próprio Grupo diz, o Diário um dos jornais mais premiados do país. 

Em que pese que lá sigam grandes operários da informação, o Diário do Pará teve uma vertiginosa queda na qualidade do seu produto. E para isto corroboram alguns fatores:

1 - Bons e tarimbados profissionais, já habituados a carga de exploração da empresa, não se produz da noite para o dia; nem que se fizesse dez Escolas Diário de Jornalismo no ano;


2 - A violência simbólica, econômica e social produzida dos processos de demissão em massa, causam evidentes transtornos psíquicos e físicos aos trabalhadores do Grupo RBA, o que por conseguinte acaba interferindo de forma objetiva na produção de todos aqueles que permanecem sob o fogo cruzado que emana da sala dos três porquinhos da Torre.

A certeza da vitória só se confirma a cada ato desesperado dos Barbalhos


Estão desesperados porque sabem que o povo do Pará, como de todo o Brasil e o mundo, não estão mais dispostos a viver nas condições em que vivemos e de forma igual, os poderosos, como a oligarquia dos Barbalho, Sarney, o tucanato do Pará a frente Simão Jatene e os traidores do PT não podem mais manter a situação como está.

Um espectro ronda a Amazônia. A mãe natureza ameaça derrubar as hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio. Foi lá que começou a rebelião do mundo do trabalho no Brasil contra a moderna escravidão, o que incendiou de lutas todas as obras do PAC pelo país.


Em junho passado, a família Barbalho e a Oligarquia dos Maiorana sentiram a ira do povo que em frente da RBA chamava várias palavras de ordem que diziam "Jader, ladrão!", bem como "A verdade é dura: os Maiorana apoiaram a Ditadura!". 

Chegou a hora de todos os trabalhadores, desempregados, camponeses e juventude nos unirmos e ocuparmos as ruas contra a opressão, a corrupção e os desmandos de nossos governantes! 


A Primavera está chegando, e ela vem num Rio que diz:

‪#‎NãoVaiTerCopa‬!


#‎ForaTodosOsCorruptos‬!

Chico Alencar comenta

O Globo foi obrigado a recuar. Depois de atacar e acusar baseando-se em factóides, o jornal teve que publicar hoje [ontem] a resposta do Marcelo Freixo. 

A publicação do artigo do Marcelo é uma vitória de todos que se mobilizaram para denunciar a campanha absurda que estava acontecendo, com claro intuito de manchar sua história. 

As nossas redes - digitais, políticas e afetivas - se mostraram fortes. Isso não apaga, no entanto, o dano causado pela postura irresponsável de parte da imprensa. Nosso repúdio permanece. Assim como permanece - e se fortalece! - nossa luta.
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Artigo do deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ), publicado nesta terça, 18, no jornal O Globo:

Clique aqui para ler com melhor definição

O Globo foi derrotado e publicou resposta de Freixo (PSOL)

 A exaltação de um factoide

Por Marcelo Freixo, para O Globo

Pela terceira vez em menos de uma semana, O GLOBO me cita em seus editoriais. As diferenças do texto publicado ontem em relação aos demais são o tom menos arrogante e o alvo. Após a péssima repercussão das tentativas de associar a morte do cinegrafista Santiago Andrade a mim, o jornal assume postura mais cuidadosa, até porque o objetivo é explicar a cobertura da tragédia aos seus leitores.


Estranho é O GLOBO não demonstrar tamanho ímpeto editorial quando o assunto é, por exemplo, a comprovada ligação entre o ex-governador em exercício Sérgio Cabral e o empreiteiro Fernando Cavendish. Quantos editoriais foram dedicados ao fato de a empresa de advocacia da primeira-dama, Adriana Ancelmo, ter contratos com concessionárias estaduais? Quantos textos foram escritos sobre as relações entre o governador e Eike Batista?

Vamos fazer uma rápida retrospectiva. No editorial do dia 12 de fevereiro, o jornal me trata como inimigo da democracia. Achei interessante o grupo tocar no assunto. Afinal, no próximo 1º de abril, o golpe militar completa 50 anos e a empresa deve ter histórias palpitantes para contar.

Dois dias depois, o jornal afirma que meu gabinete tem comprovada proximidade com os black blocs. Comprovada proximidade? Creio que o manual de redação do grupo é mais criterioso do que levam a crer seus editoriais. A comoção provocada pela morte do cinegrafista Santiago Andrade não pode ser usada como instrumento de difamação.

Depois de tanta ferocidade, O GLOBO tenta justificar a série de matérias produzidas, com grande destaque, sobre a minha suposta ligação com os responsáveis pelo assassinato de Santiago. Num tom professoral e oportunamente sóbrio, o editorial “O dever de um jornal”, publicado ontem, se arrisca em novos malabarismos.

Primeiro, O GLOBO tenta justificar a manchete do dia 10 de fevereiro, que alardeia minha relação com os acusados, lembrando que a conversa telefônica entre o advogado Jonas Tadeu Nunes e a ativista Elisa Quadros foi registrada na 17ª DP (São Cristóvão). Logo, a existência do documento baseado num “disse me disse” seria suficiente para que uma denúncia grave como esta fosse divulgada. Tudo bem, se o argumento parece tão óbvio ululante e irrefutável para o grupo, por que os jornais “Folha de S.Paulo” e “O Dia”, por exemplo, não se comportaram da mesma forma e nada escreveram sobre o episódio? Então, a postura é, sim, controversa.

O tal Termo de Declaração registrado na delegacia foi produzido de forma irresponsável por um advogado extremamente suspeito e divulgado com destaque, no mínimo, inconsequente. Vejam que estranho: a conversa que suscitou as acusações ocorreu entre Jonas Tadeu Nunes e Elisa Quadros, como o próprio advogado disse, mas o documento foi assinado pelo estagiário Marcelo Mattoso. Além disso, o delegado Maurício Luciano não teve acesso ao conteúdo da conversa. Por que ele não passou o telefone ao delegado? Por que não pôs a ligação no viva-voz? Ou seja, o Termo de Declaração, grande “prova” do GLOBO, é frágil por ter sido produzido sem qualquer cuidado.

Até aquele momento, ainda não sabíamos que Jonas Tadeu Nunes já fora condenado por danos morais, enriquecimento sem justificativa, e danos morais e materiais em três processos distintos — não vi O GLOBO destacar isso durante a cobertura. Apesar disso, sua atitude, naquele dia 9 de fevereiro, é digna de estranheza. Jonas Tadeu Nunes não agiu como advogado nem como defensor dos interesses de seu cliente ao pegar o Termo de Declaração, imediatamente após o seu registro, e entregar nas mãos de uma repórter da TV Globo.

Por que O GLOBO não se interessa tanto pela conduta tão controversa e suspeita do advogado, como o faz quando ele dirige acusações sem provas contra mim? Enquanto veículos e colunistas de outros jornais, como Jânio de Freitas, da “Folha de S.Paulo”, acham tudo muito estranho, Jonas Tadeu Nunes reina sob os holofotes globais e leiloa informações. Quando acusa, o advogado recebe mais destaque que o delegado, responsável pelo inquérito.

O autor do editorial mente ao escrever que eu afirmei não saber de nada ao ser procurado por Artur, da equipe de produção da emissora, naquele mesmo dia. Em momento algum neguei ter falado com Elisa Quadros ao telefone. Ela me ligou exclusivamente para relatar que temia a possibilidade de Fábio Raposo ser torturado no presídio. Eu falei que isso não aconteceria e desliguei. Sou presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e dezenas de pessoas me procuram para fazer denúncias.

Também não criei obstáculos para dar entrevista. Pelo contrário, dar entrevistas é o que mais tenho feito nestes últimos dias. Só pedi que o tal documento me fosse encaminhado antes. Afinal, não posso falar sobre algo cujo conteúdo desconheço. O jornal cumpriu sua obrigação de me ouvir, mas foi leviano ao publicar uma manchete baseada em “provas” extremamente frágeis. No fim da chamada de capa, o fatal: “O parlamentar nega.”

O GLOBO insiste em dizer que foi imparcial e comedido ao tratar do assunto durante a semana. Não foi. Basta ler os editoriais publicados e citados aqui. Como não havia provas e mais informações para me associar a esta tragédia, os ataques saíram dos espaços de notícia para os de Opinião. Não me acho acima do bem e do mal, como insinuou o jornal, numa tentativa de desqualificar minha indignação. Mas não vou titubear em defender minha trajetória ante acusações estapafúrdias.

Agora, o jornal tenta se esconder sob o manto da “missão jornalística” para justificar o noticiário desmedido e leviano dirigido contra mim e o PSOL. O papel nobre que O GLOBO atribuiu a si mesmo ontem, numa linguagem tão prudente, é mais uma tentativa de subestimar a inteligência de seus leitores.

Se não houvesse tanta indignação social e manifestações de solidariedade a mim — inclusive de jornalistas da própria Rede Globo —, essa autocrítica mambembe sequer teria sido feita. Pedir desculpas é um gesto que exige grandeza.


Publicado n'O Globo ontem, 18 de fevereiro de 2014, página 17.

Venezuela e El Aguante

O excelente grupo musical de Porto Rico Calle 13, o qual tem uma linguagem e identidade que é a expressão da juventude indignada, do povo pobre e trabalhador das periferias da América Latina, bem como do mundo (já gravaram clip até na Faixa de Gaza em apoio à luta dos palestinos), acabam de lançar single que é a cara da atual situação política de lutas na Venezuela. 

Acompanhem letra e clip da música:

El Aguante


Nacimos para aguantar lo que el cuerpo sostiene
aguantamos lo que vino y aguantamos lo que viene
aguantamos aunque tengamos los segundos contados
nuestro cuerpo aguanta hasta quince minutos ahorcado.
Aguantamos latigazos, que nos corten los dos brazos
fracturas en cualquier hueso, tres semanas con un yeso.
Aguantamos todo el tiempo las ganas de ir al baño
pa' ver el cometa Halley, hay que aguantar 70 años.
Aguantamos la escuela, la facultad, el instituto
a la hora de cenar, nos aguantamos los erutos
el pueblo de Burundi sigue aguantando la hambruna
aguantamos tres días para llegar a la luna.

Aguantamos el frío del ártico, el calor del trópico
aguantamos con anticuerpos los virus microscópicos
aguantamos las tormentas, huracanes, el mal clima
aguantamos Nagasaki, aguantamos Hiroshima.
Aunque no queramos, aguantamos nuevas leyes 
aguantamos hoy por hoy que todavía existan reyes
castigamos al humilde y aguantamos al cruel
aguantamos ser esclavos por nuestro color de piel.
Aguantamos el capitalismo, el comunismo, el socialismo,
el feudalismo, aguantamos hasta el pendejismo.
Aguantamos al culpable cuando se hace el inocente
aguantamos cada año a nuestro pu... presidente.

Por lo que fue y por lo que pudo ser 
por lo que hay, por lo que puede faltar
por lo que venga y por este instante 
¡a brindar por el aguante! 

Por lo que fue y por lo que pudo ser 
por lo que hay, por lo que puede faltar
por lo que venga y por este instante 
levanta el vaso ¡y a brindar por el aguante!
¡A brindar por el aguante! 

Aguantamos cualquier tipo de dolor aunque nos duela
aguantamos Pinochet, aguantamos a Videla
Franco, Mao, Ríos Montt, Mugabe, Hitler, Idi Amin
Stalin, Bush, Truman, Ariel Sharón y Hussein.
Aguantamos mas de veinte campos de concentración
cuando nadas bajo el agua aguantas la respiración
pa' construir una pared aguantamos los ladrillos
el que no fuma se aguanta el olor a cigarrillo
aguantamos que Monsanto infecte nuestra comida
aguantamos el agente naranja y los pesticidas
cuando navegamos, aguantamos el mareo
aguantamos el salario mínimo y el desempleo.
Aguantamos las Malvinas y la invasión británica
en la ciudad de Pompeya aguantamos lava volcánica
y dentro de la lógica de nuestra humanidad
nos creemos la mentira y nadie aguanta la verdad.

Por lo que fue y por lo que pudo ser 
por lo que hay, por lo que puede faltar
por lo que venga y por este instante 
levanta el vaso ¡y a brindar por el aguante!
¡A brindar por el aguante! 

Aguantamos al ateo, al mormón, al cristiano
al budista, al judío, aguantamos al pagano
aguantamos el que vende balas y el que las dispara
aguantamos la muerte de Lennon, la de Víctor Jara.
Aguantamos muchas guerras, Vietnam, la Guerra Fría
la Guerra de los 100 años, la Guerra de los 6 días.
Que aguanten la revancha, venimos al desquite
hoy nuestro hígado aguanta lo que la barra invite. 

For what was 
for what is 
for what will be
Slainte! (en español, ¡salud!)

Por lo que fue y por lo que pudo ser 
por lo que hay, por lo que puede faltar
por lo que venga y por este instante 
¡a brindar por el aguante!

Por lo que fue y por lo que pudo ser 
por lo que hay, por lo que puede faltar
por lo que venga y por este instante 
levanta el vaso ¡y a brindar por el aguante!
¡A brindar por el aguante!

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Jornalista alerta para tsunami com pelo menos 50 mil mortos em Porto Velho

A força das águas pode romper a barragem e causar um tsunami
O blogueiro Carlos Henrique Ângelo, titular do Blog do Cha (www.blogdocha.com.br) publicou hoje um alerta que ninguém gostaria que seja verdade. A possibilidade do rompimento das barragens que contêm as águas do Madeira provocando um verdadeiro tsunami que arrastaria a Usina de Santo Antônio e tudo o que tivesse na frente, chegando em Porto Velho e arrasando 30% da cidade, ocasionando a morte de pelo menos 50 mil pessoas. Veja o relato. É de se preocupar.

A população de Porto Velho imagina que a elevação do nível das águas do Madeira para mais de 18 metros, já tendo ultrapassado o histórico nível registrado há um século, e com perspectiva de subir ainda mais em março, é o pior dos problemas. Faltou contudo maior atenção à notificação encaminhada pelo consórcio controlador de Jirau à Agência Nacional de Águas, Ibama e Aneel. No documento, publicado por Valor Econômico, o consórcio Energia Sustentável do Brasil – ESBR adverte que a elevação do nível da lâmina d’água de Santo Antônio para além da cota de 75 metros. Isso estaria comprometendo as estruturas da barragem de Jirau.

A gravidade da situação não parece ter sido levada ainda em consideração no estado, até porque as duas usinas vivem em permanente conflito, especialmente por questões de ordem financeira. Problemas ambientais nunca passaram da condição de secundários nas preocupações de ambos os empreendimentos. Pode ser que também agora a carta distribuída pelo consórcio seja apenas mais uma jogada daquelas que antecedem a mais um avanço nos cofres do BNDES. Mas pode ser que, agora, a situação seja realmente grave e a estabilidade da barragem esteja realmente em situação de risco.

O rompimento da barragem causaria o tsunami
O rompimento da barragem causaria o tsunami
Pode-se imaginar o que aconteceria em Porto Velho na eventualidade do rompimento da barragem. Técnicos do Indam, que advertiram para a necessidade de consideração dessa possibilidade, afirmam que caso isso aconteça, em exatamente sete horas a barragem de Santo Antônio seria atingida por um verdadeiro tsunami ao qual não conseguiria resistir. O resultado iria atingir pelo menos 30% de Porto Velho, com algo em torno de 50 mil mortes. A hidrelétrica de Jirau passaria a ser conhecida internacionalmente pelo seu verdadeiro nome: “Caldeirão do diabo” – a localidade de Jirau está situada a três quilômetros da barragem.

O documento do ESBR foi minimizado pelos dirigentes de Santo Antônio, para quem a mesma água que entra é a que sai da barragem. Mas o Consórcio afirma que a autorização concedida pelo Ibama, dá conta de que a altura máxima suportada por Jirau é de 74,8 metros em relação ao reservatório da usina de Santo Antônio. Esta, no entanto, estaria operando com um reservatório que já teria ultrapassado a cota de 75 metros. “Tal fato, além de não respeitar o limite estabelecido por imposição do projeto estrutural da usina de Jirau, está ocasionando diversos impactos na estrutura do empreendimento e demais existentes no canteiro de obras”, alega o ESBR no documento.

Segundo o consórcio, o reservatório de Santo Antônio já chega a comprometer, inclusive, o sistema de transposição dos peixes, um tipo de escada de concreto por onde os peixes sobem a corredeira do rio. A situação estaria comprometendo até a instalação de novas turbinas de Jirau, por conta de “consequente inundação de toda casa de força, devido à pressão sobre a mesma, para a qual não está dimensionada”. O consórcio ESBR pede, no documento, o imediato esvaziamento do reservatório, para que a situação volte ao normal, pelo menos dentro do que é possível dizer, considerada a anormalidade da elevação das águas do Madeira.
Fonte: +RO com Blog do Cha

MP confirma que enchentes são culpa das usinas do Madeira

O Ministério Público de Rondônia, em matéria enviada nesta segunda-feira, confirma o que o todos já sabiam, que a responsabilidade das enchentes que assolam Porto Velho, Guajará-Mirim e os distritos é das usinas de Santo Antônio e Jirau. O órgão encaminhou, junto com a matéria, um retrospecto de 14 páginas, mostrando dezenas de ações que questionavam os licenciamentos que vinham sendo dados pelo IBAMA e órgãos ambientais. Veja a matéria do MP:
Porto Velho está enfrentando a maior enchente de sua história em razão do elevado índice pluviométrico, aliado à abertura das comportas da Usina Hidrelétrica de Santo Antônio. Osimpactos ambientais que poderiam ser provocados pelo Complexo do Madeira – Usinas de Hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau já eram alertados pelo Ministério Público do Estado de Rondônia mesmo antes do início da construção dos empreendimentos, em 2007.
Em que pese os esforços dos Ministérios Públicos Estadual e Federal, por meio de ajuizamento de ACPs, para evitar que as Licenças fossem expedidas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em 2012, a preocupação com os possíveis danos ambientais começaram a se materializar com os chamados “banzeiros” provocados pelo início da operação da Usina de Santo Antônio, o que levou o Ministério Público do Estado, em parceria com o Ministério Público Federal, a ingressar, em julho de 2012, com ação civil pública na Justiça Federal para impedir o Ibama de conceder Licença de Operação para que a Santo Antônio Energia procedesse à elevação da cota do reservatório de 70,5 m para 71,3 m, até que fossem cumpridas todas a condicionantes apontadas na Nota Técnica 5493/2013.
Inicialmente, os Ministérios Públicos tiveram negada a liminar. Porém, neste mês de fevereiro de 2014, obtiveram na 5ª Vara Federal em Rondônia, por meio de pedido de reconsideração, liminar para impedir que a Santo Antônio Energia proceda ao aumento da cota do seu reservatório (de 70,5 m para 71,3 m). Essa elevação, se ocorresse, poderia causar danos ainda mais desastrosos do que os já presenciados atualmente: inundações em vários bairros e distritos de Porto Velho e, que, nos próximos dias, podem afetar prédios públicos como o Tribunal Regional Eleitoral e a Justiça Federal, os quais certamente deverão ser desocupados por causa da chegada das águas do rio Madeira.
Desbarrancamentos afetam moradores
O enchimento do reservatório de Santo Antônio teve início em 2011. Em janeiro de 2012, moradores da jusante da UHE Santo Antônio na margem direita do Rio Madeira, informaram ao Ministério Público do Estado de Rondônia o agravamento do assoreamento do rio Madeira e o perigo do desbarrancamento das margens do rio. Em reunião no MP de Rondônia, representantes do empreendimento e do Ibama chegaram a Termo de Ajustamento de Conduta no dia 3 de fevereiro de 2012, estabelecendo uma série de obrigações gerais, sociais e ambientais a Santo Antônio Energia e Ibama para conter os problemas provocados pelo barramento do empreendimento, inclusive as erosões na margem direita do rio madeira, à jusante do empreendimento de Santo Antonio.
Em maio de 2012 foram registrados fortes “banzeiros” no rio, provocando graves problemas de embarque e desembarque de balsas no porto de Porto Velho. Os moradores das margens também foram afetados, com muitas casas sendo arrancadas pela força das águas do rio, colocando em risco marcos históricos como a Estrada de Ferro Madeira Mamoré e o distrito de Jaci- Paraná.
Por fim, o Ministério Público Estadual esclarece que vários pedidos liminares em ações civis públicas e medidas cautelares estão em trâmite perante a 5ª Vara da Justiça Federal. Em outros casos, recursos aguardam julgamento de mérito, tanto na Justiça Federal local, quanto no TRF 1ª Região. Mesmo assim, o Ministério Público Estadual reitera que continuará a agir cumprindo suas funções constitucionais, previstas no artigo 129, da Constituição Federal, promovendo as medidas necessárias, por meio de inquérito civil e ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos.
Fonte: Assessoria de Imprensa do Ministério Público a partir do site Rondônia ao Vivo.

Veja e governistas: uma pauta comum

Por Carlos Latuff


Essa nova geração de militantes que surgiu a partir dos protestos de junho de 2013 está encarando seu batismo de fogo. Tem sido combatida tanto pela "grande" imprensa quanto por blogs governistas (aliás, a Veja e os governistas encontraram uma pauta comum, finalmente). 

Prisões, mentiras descaradas, assassinato de reputações, expedientes que antes foram utilizados contra o movimento social, agora são lançados contra Black Blocs e afins. 


Cachorro velho não aprende truque novo. 

O governo aplaude, porque quer silenciar qualquer ruído durante a Copa do Mundo. 

A mídia conservadora também aplaude, porque consegue neutralizar uma militância jovem que poderá incomodar o establishment no futuro. E de quebra ainda lincham Marcelo FreixoRenato Cinco e o PSOL, que no Rio de Janeiro tem se apresentado como alternativa a dupla PT/PMDB. 


Resta saber se essa nova geração vai recuar diante dessa ofensiva ou vai absorvê-la, aprender com os erros, se organizar e seguir, com a certeza na frente e a história na mão.


Carlos Latuff é chargista.

Venezuela: Rechaçamos a repressão do governo e ações de gangues armadas

Nota do Partido Socialismo e Liberdade da Venezuela

Três mortos, cerca de 70 feridos, um número similar de presos em Caracas e em outras cidades é o saldo da jornada de protestos convocada por setores da MUD no dia 12 de fevereiro, produto do enfrentamento ente manifestantes, grupos paramilitares e efetivos de corpos repressivos.

Mesmo não participando dessa mobilização, porque discordamos das principais consignas e da agenda dos dirigentes que a convocaram, repudiamos energeticamente a repressão exercida contra os manifestantes, assim como a utilização de coletivos armados como contingente de choque para dispersar os manifestantes.

Defendemos irrestritamente o direito democrático dos trabalhadores e do povo de protestar e exercer a liberdade de se expressar politicamente na rua. No marco das instituições burguesas que nos governam, todos os ataques aos direitos democráticos que se concretizam nesses momentos foram ensaiados contra os trabalhadores, camponeses e indígenas, tal como aconteceu com os petroleiros, trabalhadores de Sidor, a luta dos Yukpa em Perija, e em outros casos.

Nosso partido exige a liberação imediata de todos os presos na marcha do dia 12, assim como os estudantes e outras pessoas presas por protestar. Exigimos à Justiça, Defensoria do Povo e ao aparato judicial, que investiguem os atos de violência e que se faça justiça para as vítimas dessas ações e seus familiares.

Está claro que existe um apagão informativo por parte dos veículos de comunicação estatais e privados, que limita o acesso à informação, uma situação foi denunciada por esses comunicadores sociais, como foi o caso dos trabalhadores de Ultimas Notícias que debateram em assembleia a censura que os quais estava sendo submetidos.

O descontentamento se massifica

Existe um enorme descontentamento popular com as medidas econômicas de ajuste implementadas pelo governo diante do agravamento dos sintomas de uma crise que tem gerado inflação, desabastecimento a níveis alarmantes, produto de uma política que durante 15 anos somente beneficiou as multinacionais, banqueiros e importadores. Essa situação explica uma participação massiva da população nas marchas realizadas na quarta feira passada em diversas partes do país.

O povo trabalhador está sendo asfixiado economicamente, enquanto a banca e as multinacionais, assim como os grandes importadores e corruptos se forram com os rendimentos do petróleo. Esta festa se evidencia no roubo de 20 bilhões em CADAVI por meio de empresas fantasmas, cobertas pelo manto da impunidade tecido pelo próprio governo. Altíssimos preços, um desabastecimento que ronda 30% segundo o último informe do BCV, míseros salários abaixo da canastra básica e a implementação a conta-gotas de um ajuste, cuja primeira medida é a desvalorização aplicada no começo de ano, mas que com segurança incluirá mais medidas, como o aumento da gasolina, congelamento de contratos coletivos, aumento nas tarifas dos serviços públicos, dentre outras, os fatos desmente toda a propaganda oficial a sobre uma “suposta transição ao socialismo”. Diante da ausência de Chavez, cujo prestigio e carisma permitiam impor medidas antipopulares com menorresistência, Nicolas Maduro e Diosdado Cabello vem enfrentado um grande descontentamento em sua própria base chavista.

Em rigor, com essas medidas econômicas implantadas pelo governo, este decidiu descarregar a crise sobre os ombros dos trabalhadores e do povo.

Não podemos ser carne para o canhão da burguesia opressora

Não obstante, as recentes manifestações estão sendo dirigidas por Leopoldo Lopéz e seu partido Vontade Nacional, junto com Maria Corina Machado e Antonio Ledezma, que representam o setor mais à direita da MUD. Nesse sentido, devemos deixar claro que rechaçamos que este setor pretenda aproveitar a representação da maioria do povo descontente com o governo e manipule os estudantes e setores importantes da população em função de sua política pró-imperialista e pró-patronal, no marco de suas disputas interburguesas com o setor da MUD encabeçado por Henrique Capriles, aproveitando o mal-estar genuíno que existe no seio dos trabalhadores e do povo venezuelano.

Com Vontade Popular, Primeiro Justiça, AD, Copei, UNT e os demais partidos que integram a MUD, não tem saída diante da grave crise que atinge os trabalhadores e o povo. Esses partidos tem acordo com a desvalorização, em não aumentar os salários, assim como manter as empresas mistas no setor petroleiro. Estão dispostos a abrir ainda mais a economia as multinacionais e continuar os rentáveis negócios que tem favorecido aos banqueiros e importadores durante os últimos 15 anos. 

Por uma política de independência de classe diante do governo e da MUD

É necessário articular as lutas dos trabalhadores e do povo com o objetivo de organizar uma alternativa independente do governo, que falsamente se proclama socialista, enquanto beneficia as multinacionais e empresários e ao mesmo tempo criminaliza os trabalhadores petroleiros, sidoristas, os que lutam por seus contratos coletivos, os trabalhadores de empresas privadas como Toyota, persegue os Yukpa, os pemones e a toda iniciativa de luta autônoma colocando em evidencia sua aliança estratégica com os capitalistas. Mas essa saída também deve ser independente da MUD e do setor de Leopoldo López. Não nos resta a menor duvida de que si eles estivessem no poder aplicariam as mesmas medidas de ajuste que aplica Maduro. Não é em vão que são continuadores da política de AD e Copei no passado.

Só os trabalhadores e o povo pobre poderão dar a reposta a grave crise econômica que passamos, devemos mobilizar de maneira independente e exigir: um aumento geral de salário; igualar o salário-mínimo a canastra básica e revisão a cada 3 meses para reajustar de acordo com a inflação; pela eliminação do IVA, contra a desvalorização e a política fiscal monetária que se traduz em altíssima inflação; pela defesa dos contratos coletivos; moradia; acesso a saúde publica de qualidade; contra a corrupção, contra exploração carbonífera em Perijá, contra a criminalização dos protestos.

Exigimos a nacionalização de 100% do petróleo e da indústria petroleira, sem empresas mistas nem multinacionais e que a renda do petróleo se coloque a serviço da satisfação das necessidades mais urgentes da população, assim como para impulsionar o desenvolvimento de um modelo econômico alternativo, sob o controle democrático dos trabalhadores. 

Por um encontro sindical e popular de setores em luta

Neste sentido, nosso partido coloca que é urgente que a Unidade de Ação Sindical, onde participam a Unete de Marcela Máspero, C-cura e outras correntes sindicais, assim como o FLEC da costa carabobenha, Fusbec, Rubén González de Ferrominera Orinoco, Coalición Siderúrgica e outras agrupações sindicais e populares convoquem de imediato um Encontro Nacional Sindical e Popular de setores em luta que discuta um plano econômico e social de emergência, assim como um plano de mobilização nacional em defesa dos direitos dos trabalhadores e do povo.

Nós trabalhadores devemos levantar nossa voz e nossas propostas, independente do governo e da MUD, articulando com diversas organizações comunitárias, camponesas, indígenas impulsionando um plano de luta nacional que desde os de baixo dê as respostas, sem falsos atalhos, a grave crise que atravessa o povo.

Tradução: Lucas Barbosa
Fonte: http://www.cstpsol.com/viewnoticia.asp?ID=507